Mobilidade urbana em pauta 

Acessibilidade, deslocamentos urbanos, acesso livre aos espaços físicos, são conceitos simples e intrínsecos que interligam de forma coesa a teia da mobilidade urbana nos grandes centros, e pequenas cidades. 

Segundo a doutora no programa de pós-graduação em gestão urbana da Pontíficie Universidade Católica do Paraná (PUC PR), Jaqueline Massucheto, pontua que o conceito de mobilidade urbana designa um modo conceitual de políticas públicas de circulação e transportes com acessos amplos e democráticos do espaço urbano. Ainda de acordo com Massucheto, em seu livro Tecnologias Aplicadas à Mobilidade Urbana, e citado pelo teórico Boareto, as formas de acesso às áreas urbanas são praticadas através de modais não motorizados e coletivos de transportes urbanos sustentáveis. Em sua pesquisa Massucheto destacou sobre mobilidade, comportamento e gênero. A cientista apontou  que mobilidade urbana é essencial dentro do contexto das cidades, de forma sociológica, cultural e de modo sustentável. 

Um estudo publicado pela revista “Um Habitat”, das nações unidas, de 2013, ressaltou  a importância de investimentos, planejamentos estratégicos e que possibilitem a verticalização e amplo acesso dos indivíduos em grandes trajetos urbanos sustentáveis, mitigando o impacto ambiental nos grandes centros. 

A teórica Sheller, também citada no livro de Massucheto, pontua sobre o “novo paradigma da mobilidade” a pesquisa aborda e analisa de forma reflexiva sobre a “interdependência espacial e social” da mobilidade urbana. A ideia pontua sobre os paradigmas e conceitos entre relações espaciais, sociais e tudo que se move, direciona e movimenta-se, além do estagnado e o que este movimento representa em centros urbanos, espaços geográficos e modais. Neste aspecto a autora, citada por Massucheto, evidência o uso de transportes seguros, e com baixo impacto ambiental. 

Segundo uma pesquisa realizada pela CNT Brasil, companhia de transportes Nacionais, a partir de 2017 o uso de transportes urbanos pela população brasileira diminuiu em cerca de 15%,  em contrapartida a utilização de utilitários e novas tecnologias apresentaram uma demanda maior. De acordo com especialistas este fenômeno ocorreu devido as altas nos serviços autônomos, trabalhos remotos, e crescente aumento do envelhecimento da população. A lei federal 12.587 de janeiro de 2012, instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana ( PNMU), o projeto incide sobre o “pleno desenvolvimento sustentável” relativo a mobilidade urbana no Brasil, e permite o livre acesso de transeuntes à serviços de transportes e circulação pública. A lei federal tem como objetivo à devida proteção ambiental, social e econômica, tendo sida instituída a todos os municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes. 

De acordo com o site da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro foram propostos ações do desenvolvimento urbano sustentável com o objetivo de permear metas organizadas e coerentes em planejamentos e “melhorias de desenvolvimento sustentável”ODS, até 2030. O “Plano diretor de desenvolvimento urbano”, ou o “Plano diretor” instituído por lei, ostenta medidas que possibilitam a ascensão de melhores qualidades de vida urbana da população carioca. O governo do estado do Rio de janeiro elaborou uma cartilha que visa informar aos cidadãos cariocas regras de trânsito urbano, mobilidade urbana e conscientização em vias expressas da cidade. A cartilha de nome “Trânsito e mobilidade”, produzido por Marcelo de Almeida e colaboradores lançado em abril de 2025, pela Secretaria do Estado do Rio de Janeiro, tem como proposta regras informativas dirigidas ao cidadão carioca como forma de orientar uma melhor direção defensiva, respeito aos pedestres e respeito ao trânsito. No Brasil são seis órgãos principais que coordenam o sistema de trânsito brasileiro, os três em destaque são, o Detran ( Departamento Estadual do Trânsito), Contran ( Conselho Nacional de Trânsito) e Denatran ( Departamento Nacional de Trânsito). A cartilha ainda dispõe de 12 orientações sobre como manter uma mobilidade urbana e trânsito seguro. O respeito ao dirigir, com limites de velocidade corretos, não usar celular ao trânsito, cuidados extras com pedestres e ciclistas são dicas em destaque proposto no Manual.

A lei municipal 45.781 de janeiro de 2019 destaca ações e planos municipais de mobilidade urbana que promovam o uso de transportes urbanos com planejamentos efetivos através de uma cidade conectada, inclusiva e sustentável. Ainda segundo a prefeitura o sistema de transportes urbanos do Rio de Janeiro é composto por estações e terminais de metrô, trens urbanos, Brts, Vlts, barcas, pontos de embarque e desembarque de cidadãos, táxis, transportes alternativos, plataformas digitais, sinalizações viárias que interligam os municípios do RJ de um ponto ao outro de forma sustentável. 

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou em maio de 2025 um acordo de licitação entre o poder municipal, ministério público do estado do RJ (MPRJ) e consórcios de ônibus que trafegam a cidade do RJ. O acordo previsto para 2028 foi antecipado e propõe a troca de coletivos gerando um aumento de cerca de 25% da frota. Ainda segundo a prefeitura os ônibus serão equipados com pisos mais baixos visando a acessibilidade móvel. “Eu diria que é esse o ponto da virada mais importante na história da mobilidade da cidade do Rio de Janeiro” Disse, Eduardo Paes 

Em um viés comparativo entre as principais cidades da Europa, o Brasil está em plena ascensão em políticas públicas sobre mobilidade urbana sustentável. 

Dados avaliados no site www.cycling.embasy ressalta a importância da administração ambiental vigente em Copenhagem. Os planos com ênfase modal, ciclismo e planejamentos ambientais e também climáticos. “Participação da população em ascensão” Ainda segundo a reportagem a Dinamarca possui o plano de integração em mobilidade urbana, O” Finger PLan”, proposto em longa data o plano foi inaugurado em Copenhagem em 1947.  O principal objetivo do Finger Plan visa o crescimento sustentável da cidade de Copenhagem em transportes urbanos, como os S. Trains, trafegando em longas áreas verdes preservadas em “interstícios” da cidade promovendo a sustentabilidade. 

Ainda neste aspecto de mobilidade urbana, a cidade de Copenhagen, e Aarthus na Dinamarca demonstram um sistema cicloviário com excelência, e competência urbana máxima tanto nos setores de transportes públicos, como em ciclovias sinalizadas em todas as vias da cidade. Uma publicação em destaque no, Handcap,DK/ Arbedjer2024, destaca também que o uso do sistema cicloviário e transportes urbanos está inserido na vida dos cidadãos de Copenhagen de forma cotidiana e permanente. O estudo informa sobre o pleno reconhecimento e fortalecimento social, cultural e urbano, com políticas participativas do cidadão de Copenhagen em acessos modais. A publicação destaca ainda a consolidação da mobilidade urbana sustentável e ambiental com ênfase no uso de modais, bicicletas e transportes públicos em Copenhagem. 

O lado histórico da mobilidade relativo aos transportes urbanos no Brasil, remete ainda ao período colonial. Inaugurada nos idos de 1854 a primeira ferrovia do Brasil interligava a estrada de ferro de Mauá no Rio de Janeiro à cidade de Fragoso. O transporte ferroviário visava a ascensão de ações mercantilistas agrícolas e industriais neste contexto e momento histórico. Ainda neste período, em perímetros urbanos, os bondes eram puxados à bois, as carroças trafegavam nas vias de terra batida, conduzidos por cavalos que se misturavam aos transeuntes com passadas largas e rápidas nas grandes capitais brasileiras. Esse período reconhecido como pós-moderno, final do século XIX e início do século XX,  as cidades se destacavam em um biorritmo acelerado, o Brasil em1907 vivia um boom no crescimento econômico e social. A ideia permeava com efeitos miméticos seguindo as ideias e influências das grandes cidades europeias. Prosseguindo com a jornada sobre o pleno desenvolvimento econômico, social, e mercantil, em 1912 o Brasil inaugurou a estrada de ferro Madeira de Mamoré, interligando Porto Velho à Rondônia, nas margem do Rio Amazonas. 

A república velha testemunhou o marco e inaugurações das primeiras rodovias antigas do Brasil e que ainda eram pavimentadas por terra. De 1930 à 1945 os transportes fluviais no Brasil movimentaram o comércio agrícola e industrial com intensos transportes marítimos. Ainda neste período histórico à ascensão mercantilista permitiu que o Brasil ascendesse em valorização mercantil, agrícola e industrial, gerando mais incentivo à industrialização e valorização do crescimento urbano e social, que ainda permeia em franco desenvolvimento até os dias atuais. 

Na atualidade o estudo apontado pela teórica em mobilidade urbana, Massucheto destaca que o “objetivo de desenvolvimento sustentável” ODS, pautada na agenda da ONU 2030, defenderá cerca de 169 métodos em desenvolvimento sustentável. Ainda segundo a autora a agenda proporá metodologias com o objetivo de integração, planejamento, políticas sociais e culturais que visem um aumento de produtividade e que se adequem aos transportes coletivos, fluviais e cicloviários de modo inclusivo e sustentável. A autora destaca ainda que o “gerenciamento de mobilidade urbana” (Travel Demand management), apontado e escrito em seu livro propõe métodos de tecnologias e integração de sistemas modais. Massucheto analisa uma maior adaptação e conformidade nas escolhas individuais de deslocamentos nas vias urbanas através de transportes, apps, modais, e até a pé. 

{{ reviewsTotal }}{{ options.labels.singularReviewCountLabel }}
{{ reviewsTotal }}{{ options.labels.pluralReviewCountLabel }}
{{ options.labels.newReviewButton }}
{{ userData.canReview.message }}
plugins premium WordPress
Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência em nosso site.
Clicando em “aceitar”, você concorda com nossa Política de privacidade.