O significado de alimentos designa todas as formas sólidas e líquidas de nutrientes. De acordo com Elizabeth Recine e Patrícia Paddeli publicado no manual ” Alimentação saudável” do Ministério da saúde, os grupos alimentares são ingeridos e digeridos de forma a sustentar a manutenção e constituição dos tecidos corporais, energia e regulação basal do organismo humano. O estudo pontua que existem uma variedade de alimentos e nutrientes nos quais possam manter a regulação e construção dos tecidos.
A autora destaca ainda sobre o que ela pontua como “ alimentos vazios” e que são ricos em calorias e energia. Os nutrientes são as principais fontes de energia e manutenção dos tecidos através da forma líquida e sólida e que são processados e absorvidos no organismo através da corrente sanguínea. A caloria do alimento é a “unidade de calor”, a medida calórica é contada à partir da digestão. Segundo Recine e Padeli, a definição calórica de alimento é proposto por cada substância nutritiva pontuada em diferentes nutrientes. Neste estudo as especialistas em nutrição destacam sobre as substâncias denominadas como macronutrientes constituídos por carboidratos, gorduras e proteínas. Classificados como importantes nutrientes na cadeia alimentar estes alimentos fornecem ao organismo um bom funcionamento orgânico e boa qualidade basal.
Ainda de acordo com as autoras do estudo sobre “ Alimentação Saudável” os carboidratos são importantes substâncias nutritivas processadas em forma de energia corporal. Quando os carboidratos são utilizados como energia os tecidos do corpo permanecem inalterados e reparados. Outro componente importante na cadeia alimentar são as gorduras ou lipídios de forma animal ou vegetal. Sendo que a animal é de estrutura sólida e a vegetal apresenta composição líquida. O colesterol é semelhante as gorduras mas não condiz com os lipídios. Segundo a teórica o colesterol é necessário para estrutura celular sendo composto por hormônios e vitamina D. O colesterol na corrente sanguínea em grandes quantidades pode apresentar um aumento de doenças coronarianas.
Outro fator importante sobre a manutenção saudável de nutrientes no organismo são os ácidos graxos ou gorduras poli saturadas presentes no ômega 3 e 6. Essas gorduras são essenciais na formação de membranas celulares e desenvolvimento do cérebro fetal. Essas substâncias também são fundamentais na manutenção do sistema imune prevenindo doenças cardiovasculares e síndrome metabólica. Necessário ao bom funcionamento corporal, as proteínas são essenciais na constituição celular, sangue, músculos, órgãos vitais como o coração e fígado. Em excesso pode provocar o aumento do cálcio no organismo e sobrecarga no fígado e rins.
As vitaminas são essenciais no equilíbrio orgânico, contribuindo para o aumento da imunidade e boa qualidade funcional do organismo. A vitamina D é essencial no controle do cálcio e formação de ossos. A vitamina C ou ácido ascórbico evita a doença do escorbuto, previne gripes e resfriados e se faz necessária na absorção do ferro no organismo. A vitamina A é importante na proteção da visão e derme.
Uma das mais importantes vitaminas e também vital ao organismo humano a vitamina B12 participa na formação das células vermelhas do sangue e sistema nervoso central. A vitamina B12 é encontrada em carnes, ovos, e em algumas variedades de alimentos como frutas vermelhas, verduras de cores escuras e amarelas. A má absorção desta vitamina pode provocar a anemia perniciosa doença provocada pela falta da B12 no organismo.
Em uma base evolutiva epistemológica através do tempo e avaliada em uma perspectiva histórica sobre a alimentação da humanidade. O historiador e escritor Jacques Attali em seu livro a “ Epopeia da Comida” traçou aspectos da história da alimentação em uma perspectiva evolutiva.
De acordo com o historiador Attali, cerca de 10 à 7 milhões de anos atrás, período reconhecido como mioceno os ancestrais humanos, oreopithecos símios, se alimentavam com frutas e insetos. Segundo Attali, em cerca de 7 milhões de anos, período pioceno os macacos paninas e o gênero hominídeos se separaram, os símios australopitecos se alimentavam com frutas, vegetais e animais crus. Ainda de acordo com Attali, em 2,3 milhões de anos, período pleistoceno, surge a primeira espécie homo. O homo habilis foi um hominídeo onívoro tendo sido uma espécie que também se nutria com folhas, frutas, grãos, peixes e algumas formas de mamíferos. O historiador destaca ainda que com a chegada do homo esgaster em aproximadamente 2 milhões de anos a ideia de caçador coletor surgiu na humanidade. Com a sagacidade um pouco mais desenvolvida surge há 1 milhão de anos o homo erectus, esta espécie de hominídeos migrou da África à Europa, tendo explorado a Jordânia, Judeia e China. Segundo Attali, neste território o homo erectus se alimentava também de “Oryzorufipogon”, planta anterior ao arroz. A principal alimentação deste hominídeo prevalecia uma nutrição a base de vegetais e carnes. Em território Europeu, o homo erectus se alimentava de carnes de elefantes, rinocerontes, ursos mas ainda conservava uma dieta variada de vegetais e frutas. De acordo com o teórico Attali, em 550 mil anos atrás, em Zhoukoudian território de Pequim arqueólogos encontraram rastros e vestígios de fogo. Permaneceu a ideia entre os historiadores de que os ancestrais humanos cultuavam ritos em torno das fogueiras. Os alimentos e rituais míticos eram exercidos em volta do fogo como forma de afastar medos difusos.
Attali destaca em seu artigo que aproximadamente 100 mil anos o homem de Neandertal surgiu em um mesmo período do desaparecimento do homem erectus. Os Neandertais mantinham uma alimentação baseada em 80% de carne. Eles usavam uma variedade de ferramentas rudimentares de caça, silex e faziam o uso frequente do fogo como parte do cotidiano. Com a chegada do homo Sapiens na Saara Verde em Marrocos há cerca de 300 mil anos ocorre o domínio da linguagem. O Homo Sapiens neste período histórico se alimentavam de forma regular a base de vegetais, frutas, caças miúdas, grãos, peixes e crustáceos.
Em um salto histórico, a alimentação na atualidade destaca a busca por uma dieta saudável e variada. Em alguns aspectos prevalecem o consumo de nutrientes saudáveis para a manutenção da saúde humana. Em seu livro “Os sete pilares da saúde alimentar” a Dra Sophie Deram do departamento de endocrinologia das faculdades de Medicina da Universidade de São Paulo USP elaborou um programa com 7 formas de adequar uma boa saúde nutritiva.
O gráfico destaca 7 métodos que colaboram com uma melhor qualidade de vida e satisfação pessoal do cidadão.
Segundo a teórica em saúde alimentar a metodologia através de um círculo alimentar propõe ideias colaborativas para alcançar o bem- estar físico e corporal. Um das propostas destaca o modo, “ fazer as pazes com o próprio corpo”, em prol de uma melhor aceitação, acolhimento, confiança corporal sem julgamentos alheios. No módulo 2 da roda alimentar a especialista pontua sobre a escolhas dos alimentos de forma consciente através de práticas alimentares priorizando a saúde corporal. De acordo com a teórica as partes 2 e 3 priorizam a ideia de que as escolhas dos alimentos sejam preparados de forma prazerosa e suigêneres. A ideia seria manter a saúde, qualidade do sono e elaborar práticas de atividades físicas.
Outro destaque proposto na forma 4 e 5 da “ roda nutritiva”, prevalece o nível de plenitude e percepção do organismo relativo a saciedade alimentar. Neste aspecto o estudo ressalta a importância da saciedade alimentar do indivíduo. A percepção do entendimento sustentável proposto pela autora destaca a ideia do indivíduo começar e manter uma dieta alimentar saudável.
As fases 6 e 7 da metodologia sobre a “ roda alimentar”, proposto por Deram, permeia sobre o uso da percepção, autoanálise corporal e pensamentos saudáveis tendo em vista mudanças de hábitos como forma de autocuidado.
De acordo com a teórica em saúde alimentar os grupos alimentares importantes no aspecto nutritivo são os chamados energéticos, reguladores e construtores.
Os carboidratos fonte de energia são encontrados em alimentos como o arroz, macarrão, pães, açúcar, farinhas, gorduras como o azeite, manteiga e outros alimentos fontes de energia corporal. Os construtores são fundamentais na reparação das células, tecidos, pele, ossos e músculos. Feijão, lentilha, grão de bico, ovos, queijos, leite, manteiga são alguns alimentos que fazem parte deste grupo alimentar.
Os chamados alimentos reguladores, são os “ bioativos essenciais”, fundamentais na regulação basal. Estes compostos são encontrados em alimentos naturais como frutas, verduras e legumes. O Brasil comporta uma grande variedade de alimentos naturais, ir a feira, hortifrúti e mercados se tornaram um hábito salutar para a população brasileira.