Cerca de 422 milhões de pessoas são diagnosticadas com diabetes em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma em cada 11 pessoas é diabética. Ainda segundo a OMS houve um aumento estimado de 61,8 % de novos pacientes nos últimos 10 anos. A média de diabéticos diagnosticados com a doença em 1980 era de 108 milhões de pessoas no mundo. A OMS destaca que cerca de 50% dos pacientes diabéticos desconhecem que tem a doença.
De acordo com o médico endocrinologista do Centro de Pesquisa Clínicas (CPCLIN), Freddy Elias Chewitz, o paciente diagnosticado com diabetes tem até quatro vezes mais chances de sofrer um infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). O diabetes tem correlação com doenças renais e cardiovasculares. “Dietas desequilibradas, obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial podem estar diretamente relacionados com diabetes”.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) a doença é crônica e está diretamente relacionada com o aumento de glicose no sangue ou hiperglicemia. O paciente com diabetes não tem controle da glicose no sangue. O pâncreas, um órgão localizado atrás do estômago, em condições normais consegue controlar os níveis de insulina do sangue através das células beta. O nível de insulina no sangue normaliza a taxa de glicose ou glicemia.
A endocrinologista e doutora em diabetes da Unicamp, Sylk Rodovalho,destaca que a doença começa muito antes de ser diagnosticada. “Quando o paciente começa a apresentar a diabetes o indivíduo já está com a doença há pelo menos uns sete anos”.
De acordo com a SBD no diabetes do tipo 1 o sistema imunológico do paciente entra em desacordo com as células beta bloqueando os níveis de insulina no organismo. A diabetes do tipo 1 é uma doença auto-imune devido a fatores orgânicos e congênitos. As células de defesa do organismo atacam as células betas responsáveis pela metabolização da insulina no organismo. A SBD informa que 5 a 10% da população apresenta à diabetes do tipo 1. A incidência maior da diabetes tipo 1 é na infância e adolescência mas alguns adultos também podem apresentar a doença. A diabetes tipo 1 é tratada com reposição de insulina, atividades físicas e medicamentos que controlam a taxa de glicemia.
A SBD destaca que cerca de 90% dos pacientes diabéticos apresentam a doença do tipo 2. A diabetes do tipo 2 é diagnosticada quando o organismo do paciente não consegue metabolizar de forma adequada a insulina. Ou o organismo do paciente não produz insulina suficiente para regularizar o nível de glicose no organismo. Os especialistas denominam como resistência a insulina. Nesta fase o paciente ainda não apresenta sintomas específicos da doença. Quando o paciente deixa de produzir insulina há um aumento significante de açúcar no sangue, ou hiperglicemia. Nesta fase é constatado a diabetes tipo 2. Os sintomas são, urina em excesso, fome, perda de peso, fadiga e visão turva. Alguns órgãos podem ser afetados pela doença como coração, olhos, fígado, pâncreas, rins e cérebro.
De acordo com o International Diabetes Federation a obesidade e o sedentarismo são as causas principais da diabetes do tipo 2. O estudo da IDF destaca ainda que a síndrome metabólica aumenta as chances do paciente ser diagnosticado com a diabetes do tipo 2. Pressão alta, alto nível de LDL, triglicérides alto, baixo nível de HDL, sobrepeso e gordura concentrada em volta da cintura aumentam as chances da diabetes tipo 2.
Segundo a SBD drogas como a insulina auxiliam no controle do açúcar no sangue. Este medicamento reduz a quantidade de glicose liberada pelo fígado, bloqueando a substância na corrente sanguínea. Outros inibidores como o SGLT2 é uma proteína que reduz a reabsorção da glicose pelos rins. Este medicamento também é eficaz na redução do sódio no organismo diminuindo a pressão arterial.
Ainda de acordo com a SBD o cloridrato de metformina, fórmula descoberta em 1950, é um dos principais medicamentos aliado no combate a resistência da insulina no organismo. A metformina reduz a incidência da DM2 reduzindo em cerca de 30% os novos casos da doença no país.
A SBD aponta que são aproximadamente 13 milhões de diabéticos no Brasil. São cerca de 6,9% da população nacional. Um estudo avaliado pela SBD ressaltou que entre 2006 e 2016 houve um aumento de 60% de novos casos da doença no país. No Brasil o paciente com diabetes gasta o equivalente a RS$ 800 reais mensais com insulina. A farmácia popular oferece pelo SUS medicamentos orais para a diabetes do tipo 2. Cerca de 90% dos diabéticos no Brasil apresentam a diabetes do tipo 2. O Brasil é o quarto país no mundo com o maior índice de obesidade, o que favorece o aumento no número diabéticos do tipo 2.