Segregação social, conflitos beligerantes e violação por direitos humanos são abordagens humanitárias que deslocam pessoas para longe dos países de origem. De acordo com a ONU foram constatados em 2014 cerca de 59,5 milhões de refugiados. Sendo que 50% deste total eram menores de idade. Houve um aumento de 22 milhões de pessoas em relação a 2004.
Segundo a Agência da ONU para refugiados (ACNUR), a Síria foi um dos países que mais contabilizou refugiados em todo o mundo. A média verificada foi de aproximadamente 5,5 milhões de pessoas. Cerca de 1,6 milhões de Sírios chegaram ao acampamento de Bardaresh no Iraque fugindo de conflitos armados. Os refugiados partem de Koban e Camishly cidades situadas ao norte da fronteira da Síria. As pessoas se deslocam em direção ao acampamento a 150 km a leste da fronteira da Síria e Iraque. Violência e caos entre os civis foram apontados pela ONU como sendo os principais deslocamentos dos refugiados Sírios. André Esmahecic, porta-voz da Acnur destaca que os refugiados recebem alimentos, água, colchão, cobertores e assistência médica ao chegarem ao acampamento. “É fundamental que os trabalhadores humanitários tenham acesso irrestrito”.
De acordo com a ACNUR o Afeganistão é considerado o segundo país com o maior número de refugiados do mundo. A Turquia recebeu cerca de 2,9 milhões de refugiados vindos da Síria em 2016. No Iraque aproximadamente 30.400 refugiados migraram para a Turquia. Paquistão recebeu um total de 1,4 milhões de refugiados vindos do Afeganistão.
Dados constatados pela ACNUR contabilizaram cerca de 733.400 mil refugiados na África Subsaariana em 2016. Ainda segundo a ACNUR a África recebeu refugiados vindos do Sudão do Sul, Somália, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Eritréia e Burundi. Uganda registrou um aumento de 50% de refugiados em 2016. Sendo registrado um total de 940.800 refugiados vindos da Somália, Ruanda, Jordânia e Etiópia.
DADOS HISTÓRICOS
Através de dados etnológicos entre 1941 e 1951 foi constatado um dos maiores fluxos migratórios de refugiados registrado na atualidade. Rússia, Bulgária, Polônia, Romênia, Japão, Lituânia foram os principais países com rotas de refugiados fugindo da segunda guerra.
Dados registrados pela Organização Internacional de Refugiados apontou que em 1947 cerca de 700.000 pessoas fugiram da Alemanha e Áustria. Ainda segundo a nota o número de refugiados na segunda guerra entre a Europa e o Oriente médio foi de cerca de 70 milhões de pessoas fugindo do nazismo. De acordo com a OIR em junho de 1949 aproximadamente 418.271 pessoas permaneceram em campos de refugiados na Alemanha e Áustria. Cerca de 104 mil eram judeus, 113, 700 eram poloneses, 93, 686 oriundos da Letônia, Estônia e Lituânia.
No Brasil um artigo publicado no Jornal o Estado de São Paulo de 05/07/1947 destacou que o governo brasileiro recebeu cerca de 700.000 refugiados fugindo da segunda guerra mundial.
Conflitos sociais, fome, violação dos direitos humanos elevam o número de refugiados na África, Oriente Médio e Ásia. Na África foi constatado um total de oito conflitos na Costa do Marfim, República Centro- Africana, Líbia, Mali, Norte da Nigéria, Republica Democrática do Congo, Sudão do Sul e Burundi. No Oriente Médio foram contabilizados quatro conflitos, Síria, Iraque, Afeganistão e Iêmen. Europa um conflito, Ucrânia. Na Ásia foram enumerados três conflitos, Quirquistão, Mianmar e Paquistão.
De acordo com a ONU a Angola manteve uma expectativa positiva na ajuda humanitária com os refugiados vindos do Congo. De acordo com o coordenador da ONU em Angola, Paolo Balladelli, aproximadamente 14,7 mil refugiados retornaram para casa em 2019. Esse número ainda poderá aumentar em cerca de duas mil pessoas. “Este repatriamento de hoje é chamado organizado e voluntário. Os refugiados do Congo chegaram em 2017 devido a uma série de conflitos na região”.
De acordo com o Comitê Nacional de Refugiados (CONARE) o Brasil recebeu cerca de 77 mil refugiados em 2015, sendo que 25% mulheres. O país abriu suas fronteiras para refugiados vindos da Colômbia, Angola, Venezuela, Haiti e Congo.
De acordo com a ONU se as condições sociais e políticas que levaram as pessoas a se refugiarem em outros países se extinguirem e a pessoa retornar ao país de origem o indivíduo deixa de ser considerado refugiado. Dados coletados pela ACNUR destacaram que 86% dos refugiados se direcionam para países emergentes do Sul. Ainda segundo a ACNUR EUA e Europa mantém medidas protecionistas severas dificultando a entrada de refugiados e imigrantes ilegais.